A Câmara Municipal de Campina Grande realizou na manhã de hoje (29), audiência pública para debater o tema Segurança Viária e Prevenção de Sinistros de Trânsito em Campina Grande, atendendo à propositura de autoria do vereador Dinho Papaléguas, aprovada por unanimidade.
O autor da audiência pública, o vereador Dinho Papaléguas, ressaltou que a Câmara Municipal abriu espaço para um tema urgente: segurança viária e prevenção de sinistros de trânsito. Ele lembrou que o trânsito permanece entre as principais causas de mortes e lesões graves no país e que, por trás de cada estatística, há vidas interrompidas e famílias impactadas. Ao destacar a parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), enfatizou o caráter de escuta, conscientização e construção coletiva de soluções, com a participação integrada do poder público, órgãos de segurança, educadores, motoristas e cidadãos.
O parlamentar defendeu a responsabilidade compartilhada na promoção de um trânsito seguro com políticas eficazes, investimentos em sinalização, infraestrutura e educação, e a prudência e o respeito às leis, por parte dos condutores. Reconheceu avanços em Campina Grande, mas ponderou que é necessário aprofundar ações para reduzir sinistros e salvar vidas, fortalecendo campanhas educativas e incentivando comportamentos seguros. Dinho Papaléguas agradeceu à PRF e a todos que somam esforços por um trânsito mais seguro e humano.
Para compor a mesa dos trabalhos, estiveram presentes, Pedro Ivo, superintendente da Polícia Rodoviária Federal da Paraíba; Jocênio Braga, chefe da Delegacia da PRF em Campina Grande; Maria Betânia, analista de infraestrutura do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT); Capitão Gláucio, representando o Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTRAN) da Polícia Militar; Subtenente Eduardo Gomes, também representando o BPTRAN; Major Tavares Neto, comandante do 2º Batalhão de Bombeiros Militar de Campina Grande e Vitor Ribeiro, Superintendente da STTP.
Na tribuna, o Superintendente da PRF-PB, o senhor Pedro Ivo, destacou a importância da audiência pública e ressaltou a necessidade de se pensar a segurança viária como uma pauta social, política e coletiva, e não apenas técnica. Ele iniciou reconhecendo o esforço dos órgãos de segurança presentes — PRF, BPTran, Corpo de Bombeiros, STTP e Guarda Municipal — e afirmou que, apesar dos esforços isolados, o Brasil ainda não trata o tema com a seriedade necessária, sendo o terceiro país do mundo com o maior número de mortes no trânsito.
Pedro Ivo observou que, embora o país seja signatário de acordos internacionais para reduzir os índices de sinistros, a ausência de coordenação nacional e de políticas integradas compromete os resultados. Para ele, é indispensável que União, estados e municípios atuem de forma articulada, fortalecendo os órgãos de trânsito e investindo em educação, infraestrutura e tecnologia.
Entre os pontos mais enfatizados, destacou a mobilidade urbana segura e eficiente como um direito de todos os cidadãos, a necessidade de devolver as cidades às pessoas, com espaços públicos, ciclovias e transporte coletivo de qualidade, a importância de repensar o incentivo econômico à motocicleta, considerada o veículo mais envolvido em acidentes fatais, a urgência de atuar sobre o problema dos mototaxistas e entregadores por aplicativo, cuja realidade laboral precária os expõe a riscos diários, a relação direta entre o trânsito e a sobrecarga nos hospitais de trauma, evidenciando o impacto social e econômico da falta de prevenção e a responsabilidade compartilhada entre o poder público, o setor privado e a sociedade civil na construção de soluções efetivas.
Fabiano Lacerda, Agente da PRF, apresentou índices de sinistros e as principais causas dos acidentes nas rodovias que cortam o município e a região metropolitana. Fabiano explicou que a segurança viária é um sistema dinâmico e interconectado, em que qualquer mudança — seja econômica, estrutural ou legal — impacta diretamente no trânsito. Ele ressaltou que decisões políticas e de planejamento urbano influenciam tanto quanto as ações de fiscalização, e defendeu maior integração entre governo, municípios e sociedade.
Durante sua exposição, apresentou dados e análises realizadas pela PRF, destacando o aumento dos sinistros nas BRs 104 e 412, especialmente nos trechos entre Campina Grande, Lagoa Seca e Queimadas, o crescimento dos acidentes por colisão traseira e transversal, principalmente nas áreas de acesso irregular e com alto fluxo de motocicletas, a necessidade de intensificar o uso de radares e câmeras para controle de velocidade, o predomínio das motocicletas nos registros de acidentes fatais e graves, a duplicação da Alça Sudoeste como medida essencial para redução de sinistros, embora ainda faltem ajustes de engenharia e sinalização e a importância da redução de velocidade e do desenho correto das vias, capazes de minimizar o erro humano e evitar colisões.
Além do diagnóstico técnico, Fabiano fez um apelo por decisões políticas urgentes e eficazes, afirmando que o sistema viário está sob pressão e que, sem intervenções estruturais e sociais, os números de mortos e feridos graves continuarão crescendo.
Fonte: DIVICOM/CMCG.









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